quinta-feira, 20 de maio de 2010

Geocities renasce como reocities

Bem-vindos ao ReoCities ...




O Yahoo! fez uma coisa incrível, manteve GeoCities vivo enquanto pode. Mas achamos que seria um desperdício deixar a Internet com um buraco de tal magnitude.

No mínimo, o Yahoo! poderia simplesmente preservar o GeoCities como um monumento aos primeiros dias.

Talvez fechá-lo para edição e simplesmente deixá-lo estático após livrar-se das páginas de spam de uma vez por todas.

Atrás desta página minimalista estende-se a riqueza da história da Internet.

Se nada disso foi feito tivemos que recuperá-la com êxito, e esperamos que te faça feliz vê-la restaurado.

Nós reconstruimos as muralhas das cidades e as ruas que grande parte dos primeiros colonos da World Wide Web utilizaram para viver. Você ainda pode encontrá-los onde eles estavam antes, mas nem todas as casas foram reconstruídas ainda.

Com o passar do tempo, vamos tentar recuperar mais e mais do que foi perdido, pelo menos tanto quanto for tecnicamente possível. Se você quiser ajudar com este esforço, se você tem o seu conteúdo GeoCities em um velho backup, por favor, envie-nos um e-mail para j@ww.com, mas não antes de paramos de importar os dados que temos agora.

Se você tem um site com links para conteúdo GeoCities, para conseguimos restaurar o conteúdo, gostaríamos lhe pedir para mudar os links do Geocities.com de Reocities.com. É apenas uma mudança que ajudará a Internet a trabalhar melhor o conjunto.

Para corrigir links que apontam para páginas GeoCities velhas, fornecemos um pequeno script Greasemonkey Firefox. Isso não é tão bom como fazer as links fixos nas próprias páginas, mas por enquanto, é uma boa ferramenta para ter. Isso evita que você receba mensagens de erro ou desembarque em locais que você não teve a intenção.

Não temos uma seção "FAQ" ainda, mas se há uma pergunta que continua aparecendo na minha caixa de correio é esta:

Por que isso? Por que não deixá-lo ir embora, era tudo lixo de qualquer maneira.

Nas milhares de páginas que temos arquivadas, há uma abundância dos tesouros. Por exemplo, há um link para uma página de uma pessoa que morreu muito jovem, e cuja contribuição duradoura para a internet e as nossas vidas futuras teria sido perdida se de alguma forma não fosse salva. Foi o que fizemos.

Nem todas as páginas aqui, ou a história por trás deles é tão comovente como esta, mas todas elas em conjunto, representam uma riqueza cujo valor só se tornará mais evidente ao longo do tempo, e que esperamos permanecerá conosco para sempre, de alguma forma.

David Davelicious 'Feinman, com agradecimentos à Sylvia

Espero que a resposta do 'porquê?' seja da mesma forma conclusiva.

Infelizmente, no momento não podemos oferecer-lhe uma forma de atualizar, apagar ou adicionar páginas. Nós não sabemos quem são os uploaders originais (estamos trabalhando em um método de verificação) e não temos acesso às credenciais da conta. Estamos ainda no processo de limpeza de páginas para restaurá-las à sua antiga glória. Dada a quantidade de dados, esperamos que este processo vai demorar um pouco. Nesse meio tempo, sinta-se livre para explorar. Você provavelmente conhece o caminho melhor do que aqui fazemos, mas se você precisar de alguma orientação, dê uma olhada aqui.

O texto acima foi extraido e traduzido a partir de http://www.reocities.com/newhome/

O nosso antigo site hospedado no finado geocities até 26 de outubro de 2009 parece que foi completamente restaurado e pode ser acessado em http://www.reocities.com/projetoperiferia/

sábado, 24 de abril de 2010

Anarquismo: Uma Bibliografia Anotada

por Michael Elliot

[1] Primeiros escritores


Bakunin, Michael

1983, Selected Writings, London, Cape

1973, Bakunin on Anarchy, London, Allen and Unwin

1984, Marxism, Freedom and the State, London, Freedom Press

Um dos fundadores do anarquismo moderno, Bakunin (1814-76) passou grande parte de sua vida preso em diversos cárceres europeus. Teve uma vida tão ativa que conseguiu escrever apenas alguns artigos. Essa coleção proporciona uma boa introdução às suas idéias.

Berkman, Alexander

1987, The ABC do Anarchism, London, Freedom Press

Berkman (1870-1936) saiu da Russia aos desessete anos de idade, foi um dos anarquistas que adotavam a remoção dos tiranos de forma violenta como caminho para a verdade e para a paz. Pela tentativa de assassinato de um magnata do aço norte-americano ficou preso durante 20 anos.

Godwin, William

1926, An Enquiry Concerning Political Justice (2 volumes), New York, Alfred Knopf

Godwin (1736-1856) foi um inconformado Ministro Ingles que, juntamente com sua esposa Mary Wollstonecraft (a primeira escritora feminista, autora de "A Vindication of the Rights of Women"), sua irmã Mary Shelley (autora de Frankenstein), seu filho adotivo Percy Bysshe Shelley e William Blake, compõem algumas as bases sobre os quais o moderno movimento anarquista foi construido.

1981, The Anarchist Writings of William Godwin, Ed Peter Marshall, London, Freedom Press,

Uma excelente introdução ao pensamento de Godwin. Além de expor os princípios anarquistas de Godwin, o livro faz incursões aos seus originais pontos de vista sobre a Natureza Humana, Ética, Política, Economia, Educação e Livre Sociedade. Marshall considera Godwin como "o mais radical filósofo britânico" e o "mais destacado expoente da filosofia anarquista".

Goldman, Emma

1969, Anarchism and Other Essays, New York, Dover Publications

Outro imigrante Russo para os Estados Unidos, Goldman (1869l-1940) após experimentar a exploração ao trabalhar em uma tecelagem em New York, tornou-se um anarquista defensor dos direitos das mulheres, particularmente na liberdade de expressão e no controle da natalidade, juntamente com Berkman com quem foi deportado para a Rússia em 1919, se constituiram em críticos da Revolução Russa. "Se não posso dançar", dizia, "não quero participar de sua revolução!"

Kropotkin, Peter


1902, Mutual Aid: A Factor of Evolution, London, William Heinemann

Um dos mais influentes textos anarquistas, esta obra contesta a popular teoria darwiniana de que o conflito leva ao progresso humano, através do exame das formas como os princípios de cooperação conduziram através da história o desenvolvimento harmonioso das espécies e comunidades.

1906, The Conquest of Bread, London

Kropotkim (1842-1912), Russo por nascimento mas por muitos anos residente na Inglaterra, foi um dos mais profícuos escritores da linha anarco-comunista. Em seus numerosos artigos ele defende uma sociedade cuja produção seja destinada ao uso e não ao lucro e onde a ciencia seja empregada para satisfazer as necessidades de todos e não apenas de alguns.

1988, Act for Yourselves, London, Freedom Press

Uma seleção de artigos curtos publicados no jornal anarquista "Freedom". Tão incisivo quanto "A Conquista do Pão", revela numa leitura leve e fácil uma pessoa totalmente mergulhada nos princípios e práticas anarquistas.

Malatesta, Errico

1949, Anarchy, London

Malatesta (1853-1932) foi um anarquista italiano que produziu uma série de panfletos considerados como dos mais bem escritos da literatura anarquista.
É sua obra mais conhecida. Ele foi um notório oponente dos anarco-sindicalistas (aqueles que insistem em que os movimentos de trabalhadores sejam a vanguarda para as mudanças) defendendo o anarquismo clássico como a instância mais eficaz nos processo de libertação. Muitos o definem como sendo uma combinação das tres maiores tradições anarquistas: ética, liberdade e eudemonística (onde a felicidade é o assunto central).

Proudhon, Pierre-Joseph

1876, What is Property? Princeton

Proclamado por Bakunin como "o mestre de todos nós", Proudhon (1809-65) foi além de político e crítico francês, um influente pensador anarquista. Sua obra começou com a proclamação "A Propriedade é um Roubo", que contém em sua elaboração os elementos sobre os quais as doutrinas libertárias e descentralistas foram construídas. "Todo aquele que levantar a mão sobre mim para me governar é um usurpador, um tirano", escreveu ele. "Eu o declaro meu inimigo".

1989, General Idea of the Revolution, London, Pluto

Este é um dos clássicos da literatura anarquista, escrito logo após à Revolução Francesa em 1848. Proudhon aponta para a visão libertária de uma nova sociedade baseada na igualdade e na justiça. Suas críticas à atual sociedade, especialmente quando a compara à natureza autoritária tanto da Igreja quanto do Estado são soberbas.

[2] Obras Contemporâneas


Baldelli, Giovanni

1972, Social Anarchism, Harmondsworth, Penguin

Radicado há muitos anos em Londres, Baldelli é um escritor de tradições anarquistas que tomou os preceitos éticos como seu ponto de partida. É de particular interesse sua substituição de "competente" por "autoritário".

Barclay, Harold

1990, People Without Government: An Anthropology fo Anarchy, London, Kahn and Averill

No Prefácio deste livro Alex Comfort (um notório escritor anarquista) descreve anarquismo como "a filosofia política que defende a maximização da responsabilidade individual e a redução da concentração do poder". A obra de Barclay descreve um número de sociedades - em pequena escala, sociedades comunitárias, grupos de horticultores - dentre os quais a ausência de governo não é um sonho utópico mas uma inegável forma de organização política. Leitores interessados nessa área podem também consultar o capítulo "Liberty, Anarchism and the Noble Savage" no livro do autor indígena Jack Wetherford: "Como os Índios das Américas Transformaram o Mundo", New York, Ballantine Books, 1988.

Bookchin, Murray

1977, The Spanish Anarchists: The Heroic Years 1868-1936, New York, Free Life Editions

A Espanha nos providenciou a mais bem documentada experiência do estabelecimento do anarquismo em bases de larga escala. Este livro descreve um movimento e ao mesmo tempo dá uma excelente visão histórica do desenvolvimento do anarquismo. Os leitores encontrarão grande quantidade de informações da experiência espanhola e na organização anarquista nos setores de transporte, indústria textil, abastecimento de gás, eletricidade, bem como nas áreas de saúde e economia, através do Coletivo Gaston Leval na Revolução Espanhola, Freedom Press, London, 1975.

1989, Remarking Society, Montreal, Black Rose Books

Bookchim é considerado o mais profícuo escritor anarquista contemporâneo. Um professor com particular interesse em ecologia. Sua análise vai além das idéias superficiais acerca de "biodiversidade" e "ponto de vista ecológico" para se aprofundar nos fatores sociais que são a orígem dos problemas. Em resposta aos fatores que produzem danos ecológicos às sociedades humanas, e quais fatores poderiam ser ecologicamente benéficos, ele se utiliza das idéias anarquistas como um mapa político, social e econômico, como o caminho para a reconstrução social em direção a um relacionamento harmônico entre a humanidade e a natureza. Ele também investiga os princípios éticos que nos guiarão a essa reconstrução.

Chomsky, Noam

1987, The Chomsky Reader, New York, Pantheon Books, (Editor: James Peck)

Descrito pelo jornal New York Times como "sem dúvida, o mais importante intelectual vivo", Chomsky é mais anarquista no campo comunitário que individual. Como professor de linguística, sua obra expõe as diversas manifestações da inteligência humana e sua criatividade, aspectos globais da guerra e sobrevivência, o poder da manipulação da mídia, e critica a Política Externa dos Estados Unidos.

Chistie, Stuart and Meltzer, Albert

1972, The Floodgates of Anarchy, London, Sphere Books,

Contem excelente material analítico que demonstra porque alguns anarquistas rejeitam a idéia de uma revolução socialista, apesar de defender a luta de classes.

Goodman, Paul

1971, Compulsory Miseducation, Harmondsworth, Penguin,

Os anarquistas sempre tiveram grandes discussões em torno do papel da educação nas mudanças sociais (William Godwin, Herbert Read). Este trabalho é um exemplo singular de como anarquistas contemporâneos promovem uma  forma de educação libertária em oposição a uma sociedade repressora.

Goodway, David (ed.)

1989, For Anarchism, History, Theory and Practice, London, Routledge

Uma coleção de documentos sobre conhecidos libertários contemporâneos e escritores anarquistas como Daniel Guerin, Peter Marshall e Murray Bocchin. Uma excelente introdução ao moderno pensamento e prática anarquista, provando que a teoria anarquista nunca foi tão relevante quanto o é hoje, uma vital e criativa tradição que necessita ser levada a sério.

Griffin, John

1991, A Structured Anarchism, London, Freedom Press

Este panfleto mostra um anarquismo que aparece forte na ética, na ecologia e nas ações práticas, mas que por outro lado parece enfraquecido e inconsistente na sociologia, na psicologia e na economia. Griffin analisa o debate entre coletivistas (Proudonianos, anarquismo de mercado) e comunistas anarquistas(Kropotkinianos, monetários).

Guerin, Daniel

1970, Anarchism: From Theory to Practice, New York, Monthly Review Press

Guerin é um contemporâneo escritor libertário Francês. Muitos consideram este livro como a melhor introdução moderna ao pensamento e prática anarquistas.

Joll, James

1964, The Anarchists, Boston, Litle Brown & Co.

Uma soberba explanação histórica focada nas personalidades dos pensadores anarquistas e nos movimentos que eles participaram. Joll mostra o anarquismo como um produto do impacto da industrialização nas comunidades artesanais e rurais do século desenove.

Landauer, Gustav

1978, For Socialism, St Louis, Telos Press

Crítico feroz à burocracia e um ardente defesor do socialismo libertário, Laundauer ataca o marxismo autoritário que considera por si só opressivo e obstáculo ao desenvolvimento e à libertação humana. Amigo pessoal de Martin Buber, propagandeador das práticas anarco-socialistas no Movimento Sionista e dos pioneiros do kibbutz. Dotado de uma preocupação especial com a dimensão espiritual do anarquismo, ele é lembrado por suas convicções de que o Estado é uma forma de relacionamento institucionalizado. Nós não precisamos de uma revolução para superar o Estado, simplesmente temos que mudar a natureza e a qualidade dos relacionamentos.

Marshall, Peter

1993, Demanding the Impossible: A History of Anarchism, London, Fontana

Marshall é um dos mais profícuos escritores anarquistas da Inglaterra de nossos dias. Esta obra de 767 páginas traz como título um grafite produzido numa parede em 1968, "Seja realista! Peça o impossível",  é um compreensível guia de desenvolvimento do pensamento anarquista. O autor vai desde o surgimento de práticas anarquistas na China do século sexto, até o movimento popular contra a coleta de Impostos por parte do governo britânico em 1990.

1998, William Blake, Visionary Anarchist, London, Freedom Press

Inspirado na obra poética e literária de Blake, e examinando sua filosofia, sua crítica à sociedade e à cultura, e sua visão de um mundo livre, o autor coloca Blake como um marco do moderno anarquismo e da ecologia social.

Nozick, Robert

1980, Anarchy, State, and Utopia, Oxford, Blackwells

Nozick é Professor de Filosofia na Universidade de Harvard. Sua obra coloca em discussão a natureza do estado moderno, os direitos dos indivíduos e suas implicações éticas e filosóficas. O autor propõe uma saída libertária arguindo que o Estado por natureza é intrinsecamente imoral, e que o Estado, sem ninguem para lhe dar consistência, daria lugar a um contexto de anarquia natural.
Ele todavia opta por um Estado mínimo, onde as funções do Estado seriam limitadas a proteção contra a força, roubo, fraude, quebra de contratos e nada mais. Pensadores anarquistas clássicos defendem que em uma sociedade anarquista, tais desvios não existiriam. Nozick é essencialmente um pensador conservador.

Plant, Sadie

1992, The Most Radical Gesture: The Situationist International in a Postmodern Age. London, Routledge

Há muitas discussões no que diz respeito a considerar os Situacionistas dos anos 50 e 60 como anarquistas. Com certeza eles foram libertários que definiram a sociedade capitalista como um circo montado não para divertir o público, mas para aliená-lo e satisfazer as experiências, emoções e desejos de uma classe dominante. Sua obra é uma introdução às demandas radicais da imaginação, da criatividade, do desejo e do prazer suscitado pelo projeto revolucionário, traços de ligação entre o Situacionismo e o pos-modernismo, e argumenta que os princípios do Situacionismo proporciona uma poderosa análise da sociedade capitalista.

Purkis, Jon & Bowen, James [eds.]

1997, Twenty-First Century Anarchism: Unorthodox Ideas For a New Millennium, London, Cassell

Comforme o título sugere, este livro coloca o anarquismo na ordem do dia. Esta coleção de ensaios passa a limpo algumas das dimensões históricas do anarquismo - por exemplo seu conceito sobre a natureza humana - e traça um paralelo entre cultura e anarquismo. Em seu capítulo final prevê a importancia do anarquismo no novo milênio. Os editores destacam alguns aspectos do anarquismo que consideram relevantes para nossa época, embora descartem algumas das "bagagens históricas" que o acompanha. Uma das contribuições destaca que "se o anarquismo pode depois de tudo ser pensado como uma ponderação, uma crítica, um cabedal de questões a serem respondidas no que diz respeito às relações de poder, muito mais que teoria ou proposta, está longe de ser uma ideologia descartada do passado".

Quail, John

1978, The Slow Burning Fuse: The Lost History of the British Anarchists. St Albans, Granada

Quail argumenta que o sucesso da aliança socialista e comunista às custas da tradição anarquista e libertária teve como efeito reescrever e suprimir a história da classe trabalhadora. Uma tentativa de encobrir a história.

Read, Herbert

1974, Anarchy and Order, London, Souvenir Press

Herbert Read, morreu em 1968, foi um destacado estudante, crítico e um profícuo escritor que adotou os pontos de vista anarquistas durante toda sua vida. Sua obra reflete seu interesse na cultura, na arte, na educação e traça o relacionamento do pensamento anarquista com a política, a psicologia e a estética.

Ward, Colin

1982, Anarchy in Action, London, Freedom Press

Este popular escritor, colunista semanal no jornal New Statesman and Society; é um arquiteto e projetista que não defende o anarquismo como algo que precisa ser alcançado, mas como algo que já existe nas diversas formas de organização humana que abdicaram de viver sob a opressão e a burocracia do estado. Anarquistas, argumenta, não tem que impor uma nova ordem, precisam apenas ampliar as áreas de livre ação existentes até que elas formem a base da sociedade.

1991, Influences: Voices of Creative Dissent, Bideford, Green Brooks

"Meus ídolos não fundaram partido algum. Nem começaram guerras ou fizeram parte de governos. Nem tampouco levaram pessoas a odiar outras pessoas. Tudo isso já foi feito e falhou nessa decadente cultura". Ward documenta relatos biográficos de pensadores anarquistas na área de educação (Godwin e Wollstonecraft), política (Alexandre Herzen), economia (kropotkin), sociedade (Martin Buber), arquitetura (William Lethaby e Walter Segal) e planejamento (Patrick Geddes e Paul Goodman).

Woodcock, George

1963, Anarchism: A History of Libertarian Ideas and Movements, Harmondsworth, Penguin

Este autor produziu os mais conhecidos e populares textos anarquistas. Ele descortina a história do pensamento libertário através das vidas de seis anarquistas: Godwin (O Homem da Razão), Proudhon (O Homem do Paradoxo), Stirner (O Egoísta), Bakunin (O Destruidor), Kropotkin (O Pioneiro),  e Tolstoy (O Profeta). Uma das melhores introduções ao pensamento anarquista, os últimos capítulos mostram a história do movimento na França, Itália, Espanha e Rússia.

1992, Anarchism and Anarchists, Kingston, Quarry Press,

Essa coleção de ensaios é uma crítica histórica e literária, publicada aos 80 anos do nascimento de Woodcock, cobre meio século de escritos sobre personalidades anarquistas e temas libertários. Ela proporciona críticas penetrantes (por exemplo, sobre Guerin e Chomsky definidos como Marxistas libertários e nunca como anarquistas) de qualquer forma, colocados com clareza, os princípios básicos do anarquismo repousam na crença de que os direitos dos indivíduos devem ser colocados acima do poder do estado.

1980, The Anarchist Reader (Ed), London, Fontana


Woodcock juntou uma coleção onde aparecem todas as correntes de pensamento anarquista. Imprescindível para quem quer estudar a matéria.

[3] Teólogos


Berdyaev, Nicolas

1953, Slavery and Freedom, London, Geoffrey Bles


Influenciado tanto por Tolstoy como por Dostoyevsky, Berdyaev revela ser mais filósofo que teólogo. Todavia, todas suas considerações estão mergulhadas dentro de um contexto teológico. Nessa obra ele conclui que tanto o senhor como o escravo, o governante e o governado, o opressor e o oprimido, ambos  são vítimas da mesma aflição espiritual. O personalista e existencialista Berdyaev declarou que "apenas um homem livre é uma personalidade...". Outros trabalhos de Berdyaev relacionados a temas anarquistas são o Realm of Spirit and the Realm of Caesar, Solidão e Sociedade, e Filosofia do Espírito Livre.

Eller, Vernard

1987, Christian Anarchy: Jesus' Primacy Over the Powers, Grand Rapids, Eerdmans


Classificado como "uma dos mais agradáveis e importantes contribuições ao pensamento cristão, político e social nos últimos vinte anos", a obra de Eller  destaca o termo grego ARKI usado nos escritos de Paulo e traduzido por "principados". O anarquista é uma pessoa "não-arki" ou "an-arki", e no caso do Cristão, ele não pode se submeter a nenhum arki a não ser Jesus que é O ARKY. O livro é de valor pela excelente abordagem aos escritos teológicos de Karl Barth e sua relação com os preceitos anarquistas, também ressalta uma forma de anarquia espiritual que além de "insubmissa" traz consigo os elementos necessários a uma ação prática. Muitos cristãos anarquistas levam isso até as últimas consequencias.

Elliot, Michael


1990, Freedom, Justice and Christian Counter-Culture, London, SCM Press.


Meu livro assume a posição de que é tarefa tanto do Cristão como da Igreja promover a contra-cultura dos valores do Reino de Deus como uma crítica que se opõe à consciência dominante que encontra sua expressão no moderno estado. Traz em seu interior uma nova forma de ler as escrituras e critica as igrejas que  tem desenvolvido tanto modos capitalistas quanto socialistas em sua organização. Nos conceitos éticos básicos das escrituras como também na prática de Jesus nos são dados modelos de pensamento e prática anarquista.

Ellul, Jacques

1991, Anarchy and Christianity, Grand Rapids, Eerdmans,

Este pequeno e ótimo livro apresenta um dos melhores casos de anarquismo cristão contemporâneo. Ellul, que morreu recentemente, formou-se professor de direito, de sociologia e da história das instituições pela Universidade de Bordeaux. Escreveu mais de cinquenta livros, muitos deles classicos libertários. Nessa obra ele olha para o anarquismo de um ponto de vista cristão, e seleciona alguns livros e passágens bíblicas como suporte da anarquia.

Tolstoy, Leo

1984, The Kingdom of God is Within You and Peace Essays, London, Oxford University Press, 1935 (republished in a new translation by University of Nebraska Press

Tolstoy (1828-1910) é o mais famoso defensor do anarquismo cristão. Posicionando-se contra a justificação da violência pela Propaganda praticada pelos anarquistas, ele insistiu que a doutrina cristã de não-resistencia à violência, abandonada a muito pela Igreja, provê a única base para a conquista de uma mudança social pacífica.


1990, Government is Violence ed. David Stephens, London, Phoenix Press


Esta coleção de ensaios de orígem anarquista e pacifista proporciona uma acessível introdução ao pensamento de Tolstoy. "Sou tão anarquista", disse Tolstoy, "quanto Jesus e o sermão da montanha me fizeram".

[4] Anarquismo na Literatura


Explora temas utópicos e visões anarquistas (nem sempre escritos por autores declaradamente anarquistas) que foram objeto de muitas novelas, dramas e poemas. Essas obras proporcionam uma melhor apresentação para o anarquismo que trabalhos acadêmicos e de propaganda:

1916, My Days and Dreams, Carpenter, Edward, Allen & Unwin
1990, The Secret Agent, Conrad, Joseph, Penguin
1908, The Bomb, Harris, Frank, London
1986, The Island, Huxley, Aldous, Panther
1987, The Princess Casamassima, James, Herny, Penguin
1985, The Hustler, Mackay, John H, Alyson Publications
1970, News from Nowhere, Morris, William, Routledge
1984, Homage to Catalonia, Orwell, George, Penguin
1960, Walden, Thoreau, Henry, New American Library