quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A LIBERDADE CAPITALISTA É A ESCRAVIDÃO ASSALARIADA!



Texto publicado em KAOS #5 03/99 (boletim aperiódico e experimental do Grupo Autonomia).

"Mas, para os proletários que se deixam enganar com ridículas passeatas, plantações de árvores da liberdade e sonoras frases de advogados, haverá primeiro água benta, depois insultos, finalmente a metralha... e a miséria, sempre." Auguste Blanqui


Há séculos que o Estado, para assegurar seu poder, vem incutindo na mente dos escravos assalariados que a liberdade se obtém através do salário; que se limita à possibilidade de escolher por quem e em que condições será explorado; enfim, que se realiza com o direito a periódicas manifestações eleitorais, cuja função é reconciliar a vitima com seu algoz e mascarar a opressão.

A liberdade que a burguesia concede aos explorados, mediante o uso de mistificações políticas e toda sorte de embustes religiosos, é somente aquela que lhe interessa como classe exploradora. Ou seja, os explorados são livres para continuar reproduzindo as condições de sua exploração: a mais-valia e as guerras, os salários de fome e o domínio do capital.

Mas a liberdade, como a entendemos e pela qual lutamos, só poderá ser realizada por meio da destruição do capitalismo e de todas as suas liberdades. Neste sentido, o ponto de vista do proletariado, a afirmação de um mundo libertado dos grilhões salariais e do espetáculo mercantil, é a comunidade humana mundial, o comunismo. Porque somos inimigos encarniçados de todas as liberdades burguesas:

liberdade de empresa, liberdade individual e privada, liberdade de vender e comprar, etc., combatemos sem tréguas todas as liberdades democráticas, mediante as quais o capital realiza a exploração e perpetua nossa condição de trabalhadores assalariados. Reivindicando o comunismo, manifestamos nosso completo repúdio a todas as liberdades capitalistas e exigimos a libertação de todos os prisioneiros.

Sim! Libertemos o ser humano da extorsão que é a mais-valia; libertemos as crianças da escola e da família; libertemos os "doentes mentais" dos psiquiatras e psicanalistas, e os demais enfermos da ciência assassina; libertemos os recém-nascidos das mãos frias e profissionais dos médicos; libertemos os homens e mulheres de toda autoridade e hierarquia; libertemos a sociedade do dinheiro; libertemos o amor da miséria sexual; libertemos os velhos da morte em vida que é a aposentadoria; libertemos os produtores da tortura que é o trabalho; libertemos a mulher da rotina imbecilizante das tarefas domésticas; libertemos o homem e a mulher do patriarcado e das chamadas opressões específicas; libertemos o ser humano da religião, da arte, da economia, da política - enfim, de todas as formas de alienação; libertemos a criatividade e todo o potencial de gozo da espécie humana; libertemos a humanidade das classes sociais e do Estado; libertemos os prisioneiros de todas as escolas, todas as fábricas, todos os quartéis, hospitais, prisões... Unamo-nos, pois, e nos libertemos, proletários, de toda exploração e de toda opressão, suprimindo as relações sociais capitalistas!

A autentica liberdade - pela qual vivemos e lutamos apaixonadamente - é a que atualiza sua potência instituinte no desenvolvimento do prazer e da alegria, superando positivamente o capitalismo, após a destruição revolucionária de todo Estado e o advento da comunidade humana mundial.

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